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Série “Logística é a Solução”: Eficiência no transporte marítimo

TV Vitória

A atual estrutura portuária do Espírito Santo impressiona não só os capixabas, mas os turistas que passam por aqui. A segunda reportagem da Série “Logística é a Solução”, exibida no programa ES no Ar da TV Vitória/Record, desta terça-feira (20), mostra que, mesmo com esse cenário impressionante, o futuro do Porto de Vitória está comprometido.  

A busca pela eficiência no transporte marítimo leva à construção de navios cada vez maiores com capacidade para até 70 mil toneladas. Com esses navios é possível transportar quase o dobro do que os navios que hoje atracam em Vitória, de no máximo 40 mil toneladas.

Com essa vantagem, o custo do frete cai, porém, está cada vez mais difícil para esses navios gigantes atracarem no Porto de Vitória. “Nós somos demandados a cada dia às novas linhas de navegação, com navios maiores. Na ausência de condições de receber esses navios em nosso terminal, acabamos preteridos em novas linhas, em novas rotas”, explica o diretor presidente do Terminal Portuário de Vila Velha, Cleber Lucas.

Esse não é um problema exclusivo do Porto de Vitória. Os navios que chegam aos dez maiores portos do Brasil também enfrentam dificuldades de acesso aos terminais de carga. A questão é que a demanda do comércio internacional aumentou, mas a infraestrutura não acompanhou esse crescimento.

De acordo com o Ministério do Planejamento, os 23 portos ligados à Secretaria de Portos do Governo Federal, deixaram de gastar, entre os anos 2000 e 2013, mais de 70% dos investimentos previstos. Sem conseguir receber navios de grande porte, o Porto de Vitória tem perdido mercado para outros Estados, problema para quem lida com comércio exterior.

“São 25 anos em que eles estão pra fazer essa dragagem, e não fica pronta. Os navios continuam entrando com 60 ou 70% de sua capacidade, e a maior parte das empresas pararam de escalar Vitória. Hoje o que chega à Vitória está chegando por capotagem, à exceção dos navios de veículo, que conseguem entrar com facilidade no Porto de Vitória”, explica o presidente do Sindicato das Empresas de Importação e Exportação do Espírito Santo (Sindiex), Severiano Imperial.

Para dar sobrevida ao Porto de Vitória, a Codesa investiu R$ 500 milhões em obras no mar, e em terra. A principal mudança é o aprofundamento do canal de acesso. Atualmente, o ponto mais estreito do canal fica na altura do Penedo, e tem 75 metros e a profundidade é de 12 metros. Com a dragagem e a derrocagem, o canal terá uma largura mínima de 120 metros e profundidade de 14,5 metros. Isso libera a entrada de navios com 12,5 metros de calado. Na prática, isso significa que a carga máxima dos navios que atracam no terminal passará de 40 mil para 70 mil toneladas.

“Nós já observamos que estamos recuperando a movimentação de carga. No mês de fevereiro, tivemos um crescimento de 53% em comparação ao mês de fevereiro de 2013, quando a obra ainda não estava totalmente pronta. Para complementar, a gente precisa terminar a dragagem que está em curso, mas este ano, com certeza, teremos a dragagem concluída. E poderemos ter uma condição muito mais favorável à movimentação de cargas, permitindo que os navios, que aqui chegam, entrar e sair com a capacidade total de sua carga”, afirma o presidente da Codesa, Clóvis Lacosque.

Há investimentos também nos terminais. O cais comercial foi ampliado em direção ao mar, ganhando mais 21 metros e agora tem 41 metros de plataforma. Os berços tinham 7,5 metros de calado e o maior navio a atracar no cais comercial de Vitória transportava 15 mil toneladas. Quando as obras estiverem concluídas, navios cinco vezes maiores vão poder atracar no Estado. O Porto vai aumentar a capacidade de oito milhões de toneladas para 13 milhões de toneladas por ano. Isso significa custos mais baixos para os operadores, aumento da movimentação comercial e da arrecadação.

Essa mudança beneficia diretamente todos os terminais que compõem o complexo. No Terminal de Vila Velha, que opera contêineres, os custos poderiam ser reduzidos significativamente.

“Nesse sentido, é verdade que os atrasos nas obras de dragagem, de acesso ao terminal, comprometem o desempenho, a atração das linhas, e o estabelecimento de um crescimento mais vigoroso, não só para o terminal, mas para toda a comunidade portuária do Espírito Santo”, explica Lacosque.

Na avaliação da professora Arilda Teixeira, é preciso pesquisar os processos de internacionalização de mercados emergentes, além da necessidade da gestão brasileira precisar priorizar a eficiência. “Está se perdendo muito tempo com questões subjacentes, esquecendo de planejar e implementar ações que vão construir a estrutura física do país, capaz de atender a estratégia logística de que ele precisa, por conta da produção que ele tem”, diz.

Como exemplo da falta de eficiência, o Porto de Vitória para de operar duas vezes por dia nos chamados horários de pico de trânsito. Essa medida ocorre devido às filas de caminhões que se formam para entrar no porto e atrapalham ainda mais o trânsito da cidade.

Esse congestionamento acontece porque não há uma área específica para os caminhões que vão carregar ou descarregar. Assim, das 7 às 9 horas da manhã, e entre cinco e sete da noite, o Porto de Vitória não funciona.

Na próxima reportagem da série “Logística é Solução”, você vai acompanhar o que está sendo feito para reconciliar o porto com o trânsito da capital, e eliminar os gargalos da região.

 


  

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