A falta de mobilidade urbana é uma das responsáveis pelos atrasos de mercadorias e aumento no custo das operações. O Espírito Santo vem sofrendo com as restrições devido ao trânsito, mas na terceira reportagem da Série “Logística é a Solução”, exibida no programa ES no Ar da TV Vitória/Record, desta quarta-feira (21), podemos ver algumas soluções para esse problema.

Duas vezes por dia o Porto de Vitória é obrigado a interromper o acesso de caminhões. A entrada e saída de mercadorias precisa ser suspensa para não complicar ainda mais o trânsito na capital. Pode parecer pouco, mas as quatro horas de interrupção representam uma perda de quase 20% na movimentação de cargas. Em um ano, isso significa cerca de R$ 1 milhão e 500 mil toneladas.

Para reconciliar a cidade e o Porto, a Codesa, juntamente com a Prefeitura de Vitória e o Governo do Estado, estão realizando uma grande intervenção na região da Ilha do Príncipe. Imóveis foram desapropriados e estão sendo demolidos. De acordo com a Prefeitura de Vitoria, passagens em nível e um viaduto vão assegurar o acesso ao porto 24 horas por dia. “A obra prevê um viaduto leve, com desenho compatível com a região que passa por cima do porto e leva para a saída do Portal do Príncipe, não competindo com o trânsito local. Então o porto vai poder funcionar 24 horas e não só nos períodos que funciona hoje”, destaca o prefeito Luciano Rezende.

A obra está orçada em R$ 20 milhões. Para que o viaduto que terá 274 metros de extensão seja construído, ao todo 14 imóveis da região da Vila Rubim serão demolidos. O projeto também favorecerá a implantação do sistema BRT e terá impacto direto sobre a mobilidade na região metropolitana. “É uma obra que tem como prioridade a melhoria da mobilidade do ponto de vista de quem desce a ponte e alargamento da pista, mas também há prioridade na logística, que é o acesso e saída do Porto de Vitória. A saída através de um viaduto exclusivo para caminhões ligando a Cinco Pontes, no futuro, à Quarta Ponte, e um acesso exclusivo por uma via marginal, tirando todo o trânsito de caminhões”, afirma o secretário Estadual de Transportes, Fábio Damasceno.

As obras do Portal do Príncipe fazem parte de um pacote maior. O programa de mobilidade metropolitana compreende 51 ações, entre elas a pavimentação de 179 km de vias, reforma de terminais do Transcol, implantação de melhorias na frota de ônibus atual e a implantação de novos eixos viários. O investimento total é de cerca de R$ 3 bilhões. “Em Cariacica e em Viana, você tem acesso à BR-101, à BR-262, consegue conectar com a Rodovia do Sol, com a Rodovia Carlos Lindenberg… Então é uma obra de importância estratégica”, disse o secretário de Planejamento de Vila Velha, Antônio Marcos Machado.

Ainda em Vila Velha, mudanças devem ser feitas no acesso ao Porto de Capuaba. O Governo do Estado, junto com o Dnit, pretende ampliar os 3,3 km de extensão da via no trecho entre a Avenida Carlos Lindenberg e o Porto de Capuaba.

O projeto executivo está sendo elaborado pelo Departamento de Estradas de Rodagem e o investimento previsto é de R$ 250 milhões, com repasse do Governo Federal. “Em toda a região de Capuaba, a rodovia vai ser duplicada se segregada ao trânsito local ao trânsito de passagem. Isso começa ainda esse ano. Nós teremos o primeiro edital lançado durante o mês de maio”, ressalta o superintendente do Dnit do Espírito Santo, Halpher Luggi.

Para a indústria, o investimento em mobilidade urbana impacta diretamente os custos com transporte de mercadorias. Isso porque facilita a locomoção, diminui o tempo de deslocamento e reduz até mesmo o gasto com manutenção de veículos. De acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo, a Findes, 5% do custo das empresas atualmente, vem do que ele chama de “imobilidade urbana”. “Em torno de 2,5% é a média que perde quem chega atrasado. Hoje as empresas não podem mais punir o trabalhador pois existe uma carência de mão de obra qualificada e, quando ele chega estressado, até ele começar a pegar o ritmo, leva um certo tempo, aumenta o índice de acidentes dentro das empresas. Nós temos um custo a mais na produção devido a imobilidade urbana”, explica Marcos Guerra.

Para o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas, as obras de mobilidade vão permitir aumentar a competitividade do setor. “Eu tenho esperanças e a gente tem visto esforços do Governo. Nós temos visto esforços em cima do Proeds, do BRT, tentando dar um pouco de mobilidade. Se nós pudermos juntar mobilidade urbana e qualidade de vida da população sem nos esquecer de que o Espírito Santo é referencia em portos, da economia transportada por esses caminhões, nós teremos um final menos preocupante”, afirma Mário Natali.

Link vídeo: 

http://www.folhavitoria.com.br/videos/2014/05/127915-021-logistica-e-solucao.html

 

Fonte: Folha Vitória