Melhorias nas estradas podem ajudar o tráfego de caminhões com cargas e movimentar a economia capixaba

 

 As estradas do país movimentam a nossa economia. Seis em cada 10 produtos transportados pelo território nacional viajam em caminhões, porém, a Malha Rodoviária Federal que corta o Espírito Santo ainda precisa de melhorias.

 Na quinta reportagem da Série “Logística é a Solução” exibida nesta sexta-feira (23) no programa ES no AR da TV Vitória/Record, mostra como estão as estradas capixabas e o seu alcance no mercado de transporte.

Foto: TV Vitória

Esse volume de cargas atribui ao transporte rodoviário um peso determinante na economia. Segundo os especialistas, a logística responde por boa parte do custo dos produtos. “Se você coloca o produto no lugar errado, você vai demorar a girar esse produto. Com isso a rentabilidade acaba caindo. A logística também é responsável por identificar como que o cliente quer receber esse produto, em que local, como ele compra e principalmente como ele vai usar esse produto”, disse o especialista em logística e gestão empresarial, Paulo Roberto S. de Simões.

A BR-101 que liga o Sudeste ao Nordeste do país é o principal eixo viário do Espírito Santo. Pelo Estado passam boa parte das matérias primas e os principais produtos de exportação capixaba como o eucalipto, rochas ornamentais e café.

Apesar da importância, as rodovias brasileiras pararam no tempo e não comportam mais a quantidade nem o tamanho dos veículos de transporte de cargas. “Você carregava em 12 ou 15 toneladas em um caminhão e às vezes até 30 toneladas. O caminhão hoje é algo que exige uma tecnologia embarcada muito grande e precisa de espaço. São caminhões com vários eixos que são colocados exatamente para evitar o desgaste no solo, nas obras de iate das vias, já que elas possuem um desenho geométrico inadequado e uma estrutura física incompatível com o preço que transporta”, destaca o superintendente do Transcares, Mario Natalo.

Pista ruim, buracos, falta de acostamento e sinalização, fazem com que os trechos urbanos coloque os motoristas e pedestres em risco. Obsoleta e estrangulada, a rodovia cobra um alto preço em congestionamentos, atrasos e vidas. Em 2013, só no trecho capixaba foram 5.458 acidentes que causaram 230 mortes.

Agora sob gestão privada, a situação deve começar a mudar. A pista ainda é simples, mas a qualidade do asfalto melhorou, as faixas estão visíveis e o mato não esconde mais a sinalização. “Se percebe uma melhoria dos seguranças dos motorista, já que ele tem uma melhor visibilidade da via. Não se tinha placas e sinalização de piso, agora você tem uma segurança, mas temos um prejuízo já  que o carro anda mais devagar”, disse o diretor da Pretti Transportadora, Liemar José Pretti

Segundo a concessionária que administra o trecho capixaba da BR-101, a segunda etapa do projeto começa ainda em maio com o início das obras de duplicação. A meta é duplicar 250 quilômetros de rodovia até 2019, com um investimento de R$ 1 bilhão e 500 milhões. Parte do recurso virá da cobrança de pedágio, que já teve inicio.

Ao longo dos 475 km do trecho administrado pela ECO-101, serão construídas sete praças de pedágio. As tarifas para carros de passeio variam de R$ 1,60 a R$ 3,80 por eixo conforme o trecho percorrido, isso significa que uma caminhonete ou caminhão pequeno vai gastar em média R$ 21 para cruzar o Estado.

O valor sobe conforme o número de eixos do veículo, mas a Concessionária ECO-101 não sabe dizer como fica a situação dos veículos com mais de três eixos como as carretas do tipo bitrem. O diretor superintendente da ECO-101, concessionária da rodovia, afirma que o gasto com o pedágio será compensado pela maior segurança e qualidade da via. Ele espera reduzir em 40% o tempo de viagem para os usuários que passam pela 101. “Nós estamos detalhando os projetos executivos para que a gente possa cumprir rigorosamente as nossas obrigações contratuais que é duplicar 235 quilômetros até o sexto ano do segundo ano que nós estamos iniciando agora”, ressalta o diretor superintendente da ECO-101, Roberto Paulo Hanke.

Enquanto a BR-101 se encaminha a um novo patamar, a outra Rodovia Federal que corta o Espírito Santo segue sem previsão de ampliação. Atravessando o Estado de Leste a Oeste, a BR-262 nos conecta a Minas Gerais e ao Centro-oeste do país. Mas o traçado antigo de pista simples e sinuosa é uma ameaça para todos que trafegam por ela. “Ela tem vários problemas de fluxo muito alto e poucas faixas pelo fato de haver um trânsito muito pesado de carretas. Então dá um medo muito grande principalmente pelas notícias que a gente vê e as viagens que a gente faz”, disse o turista Wilson de Oliveira.

Atualmente a rodovia está passando por obras de recuperação em alguns trechos. Os reparos, no entanto, são um paliativo. Em 2013, o Governo Federal tentou privatizar a BR-262, que foi incluída no Programa Federal de investimento em logística, mas nenhuma empresa se interessou pelo projeto nas condições oferecidas. “Nós já temos mais de R$ 200 milhões reservados no orçamento para iniciar o serviço de duplicação ainda este ano. Toda a BR-262 vai ser licitada sua duplicação no ano de 2014”, explica o superintendente do Dnit/ES, Halpher Luggi.

O presidente da ONG Espírito Santo em Ação, Luiz Wagner Chippe, aponta a falta de planejamento como a causa de tantos gargalos na infraestrutura do país e ressalta os sistemas que podem ser implantados . “Eu acho que o vai funcionar na 262 é o sistema PPP (Participação Público Privada) de investimento que assim consegue fazer um projeto necessário para que a gente tenha isso o mais rápido porque ela é um grande eixo de uma ligação do Centro-oeste com o litoral”, destaca Luiz Wagner Chieppe.

Link Vídeo: 

http://www.folhavitoria.com.br/videos/2014/05/128688-serie.html

Fonte: Folha Vitória